quinta-feira, 28 de abril de 2011

O que realmente nos leva a sonhar






Quarta feira a noite. Qualquer macho alfa estaria a torcer por seu time de coração em uma majestosa tv de plasma, a segurar seu controle remoto como cajado que figura o reinado masculino. Entrelaçado a algumas garrafas de cerveja e sua concentração atada aos comentários televisivos. É a denotação típica dos adões atuais, ou parte deles, se relacionarmos às paixões coloquiais.

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Entretanto, um leve desvaneio o conduz para um território em que não figura a relva demarcada com cal e a circunferência da qual os gladiadores desejam possuir n'aquele esporte. Sim, a fagulha do pensamento o transporta para outra dimensão, onde a óptica da realidade é pueril e facilmente esquecida.

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O motivo não poderia ser outro. Se existem coisas em que conduzem a cabeça do homem às remotas galáxias são elas: o futebol e as estrelas da vida, conhecidas simplesmente como mulheres, mas necessariamente em ordem invertida. Como um turbilhão de idéias, escravos dos sentidos, idealizamos o nosso modelo perfeito.

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Uma cartada romântica, típica sedução. Troca de olhares, fascínio ao sorrir. A simples mensagem de texto que leva-nos a rumar a outros caminhos. Àqueles em que tratamos de encarar o silogismo de vida ideal. A amada em caráter perpétuo, consagrada para seu mais puro ato de paixão. Simbolizada por uma aliança, conseguimos vislumbrar sua entrada no altar, para dar início à etapa da felicidade da qual poucas pessoas acreditam existir no momento em que se trocar de par preterindo encontrar realmente a razão da união celebrada.

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Sim, também pensamos em casamento. Com todas as adaptações é claro. Mas o mesmo romantismo. A mesma paixão. Desejo impecável. Ternura que deslumbra e projeto que se vislumbra. Sonhos de retina escancarada.

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Nossa capacidade de imaginar com proximidade realista alada aos planos de outrora esquecidos. Esquecidos por decepções, ou simplesmente por desuso. Mas o resquício da flecha nos remonta novamente à linhagem dos antepassados. Aos quais devemos toda nossa gratidão pelo desejo de unir-se àquelas que tornam nosso mundo mais colorido.

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E quando já nos encontramos no ápice da jornada, eis que surge um grito daquela caixa de cores que trai nossos pensamentos e devolve-nos num piscar de olhos à nossa virilidade. O som do gooool esvairece os projetos amorosos e nos reestabelecemos novamente para comentar ao lance com propriedade ímpar no ramo esportivo.

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E daí que o gol atrapalhou nossos sonhos? Temos toda a noite para regressar ao verdadeiro campo em que sabemos da certeza do título ao qual vinte e dois homens, pois contamos com o juiz, desejam conquistar. O coração daquela que realmente ilustra nosso pensamentos...