sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dia do Homem

No décimo quinto dia do mês de julho comemoramos o dia do homem. Pois é, muito embora não soe de forma comum, nós homens possuímos um dia para celebrar. Mas qual o o real significado dessa data?

Segundo seus criadores, o dia Internacional do homem tem a finalidade de rememorar as conquistas da humanidade realizadas pelos homens e também alertá-los sobre problemas de saúde e qualidade de vida. No entanto, não se vislumbra uma finalidade comemorativa.

Por qual motivo então, nós homens não comemoramos este dia? A explicação é extremamente clara, senão óbvia por demais. O dia 15 de julho não merece destaque adequado, pois a natureza dos homens não necessita de homenagens de gênero. Não me refiro às homenagens pessoais e sim àquelas homenagens generalizadas. Não por uma questão machista ou algo relacionado, mas simplesmente porque seríamos ínfimos se comparados ao dia Internacional da mulher.

Outro fato atrelado a isso é que utilizamos dessa data apenas para nos divertir com ela. Algo típico masculino. Piadas diversas, comparações toscas, e uma leve "sacanagem" para celebrar essa data da qual nós mesmos não damos relevante notoriedade. Mas é justamente por este motivo que encaramos essa data como uma sátira. Porque nessa busca de razões para celebrar, é preciso fazer o cotejo com nossas versões femininas. E é neste exato momento que somos desvirtuados a homenagear não mais a nós, mas tão somente às que se distinguem e superam os homens em gênero, número e grau.

Consideraremos uma única razão para homenagear os homens: parte de nós deu origem às mulheres. Ah, esse sim seria o motivo ímpar para celebração constante. Porque de nós, nasceu o ser mais belo da humanidade. Ou seria o mais delicado e forte? Ou quem sabe compreensivo e único? Ou então amável e dócil? Ou seria tudo isso e mais ainda? O fato é que, (sim eu estou me gabando) foi de nós que as mulheres foram criadas. Mas apenas uma parte de nós e somente por uma única vez. Pois até nisso elas foram aperfeiçoadas. A partir daí todos os homens restantes da terra descenderam delas.

Sendo assim, não caberiam homenagens a nós a não ser homenagens por méritos pessoais. No mais, somos ofuscados pelo brilho feminino. Pois o valor delas nos supera e ultrapassa anos luz. Pois não somos capazes de viver um dia sequer sem tê-las, mesmo que em pensamentos. Pois todos os homens necessitam de ao menos duas mulheres para sobreviver. Ou não consideramos mães e esposas nossos maiores tesouros? E por isso nossa relevância é minorada em vista dessa data. Afinal de contas, muitos de nós nem possui conhecimento desse dia. Entretanto, não há um homem no globo terrestre que não celebre o dia 08 de março.

Portanto acabamos por desconsiderar nossas comemorações. E aproveitamos o ensejo para homenagear àquelas que são sem sombra de dúvidas nosso maior e essencial presente. Comecei tentando dedicar preitos a nós, homens. Mas me perdi e me rendo a vocês, mulheres, que são a razão do nosso viver.

Por isso, e pra finalizar... Parabéns mulheres! Parabéns pelo dia internacional do homem!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E se...

Costumeiramente, sou refém de meus pensamentos de tal forma que me transporto para um mundo do qual não há contato com a realidade à minha volta. Nesse momento, conjecturas de possibilidades se abrem para redefinir meu passado mais presente. Transformando aqui e aculá, desdobrando os "sins" em "nãos" e vice-versa, para que a tônica da minha realidade atual tome travessias totalmente inaugurais.

E em dada ocasião, os caminhos percorridos, desvairados de abstinência e de impulsos refreados pela racionalidade, tornam a encontrar uma única razão para tais atos. Rememorando o que se foi e dando novas formas ao destino, acabo desembocando sempre no que deixa minhas decisões atuais em xeque com um simples questionamento: e se...

E se eu a beijasse quando nos fitamos longamente assim que nos conhecemos? E se eu dissesse que não estava tudo bem em tê-la apenas como amiga? E se em nossas horas de conversas juntos fossem adicionadas indiretas sobre meus sentimentos? E se aquele dia em que me deitei ao seu lado eu não fingisse que não havia atração? E se eu não me importasse tanto com nossas diferenças de mundos? E se quando ela perguntou se eu tinha certeza sobre meus sentimentos eu dissesse a verdade? E se eu tivesse enviado as mensagens de texto que escrevi? E se tivesse entregado as flores que comprei? E se todos que diziam que éramos feitos um para o outro tivessem razão? E se meus olhos tivessem razão? E se eu acreditasse em meu coração? E se eu não negasse que estava completamente apaixonado? Ou pior, e se ela sentisse o mesmo e estivesse apenas esperando meu sinal?

Nesse turbilhão de alternativas, tudo o que resta é a ínfima reposta que nos remonta ao pior dos temores que o ser humano possui. Medo. O temor de não ser correspondido nos afronta de modo a abreviar nossas atitudes. Minoramos a cada refletir as nossas oportunidades para o encontro das almas gêmeas. A racionalização dos sentimentos é o câncer do amor. É a quimera capaz de aniquilar a chama da paixão. A cada análise de oportunidades, consideradas sob a perspectiva do sucesso e do fracasso, somos levados à inércia. O medo nos emudece. Nos faz devolver a flecha do cupido sob alegação de estar defeituosa. A hesitação que segue, a melhor escolha das palavras, o silêncio entorpecente diante da pessoa amada esfacela e torna pueris nossas melhores intenções.


Perdemos batalhas ganhas, por crer no pessimismo. A melhor definição de loucura é aquela em que fazendo exatamente a mesma coisa, desejamos obter resultados diferentes. A verdade é que no amor, não há espaço para a indecisão e tampouco para o receio. O amor é impensado, burla, ludibria e bloqueia a reflexão. Não há motivo para repensar. O amor sai do coração e não perfaz o caminho para o cérebro. E simplesmente porque este não é seu destino. O destino do amor é outro coração. Ao cérebro, guardam-se pensamentos. Aos corações guardam-se amores.

Há um simples e direto ditado utilizados em noites de baladas, mas que não evoca melhor momento para sua ilustração: Não há nada a perder, o não eu já tenho. Vou em busca do sim. Adaptado para o amor, já temos a solidão. Nos resta buscar a felicidade! Perderemos mais refreando nossas atitudes ou tentando conquistar a pessoa amada? As maiores descobertas do mundo foram conquistadas através de tentativas. Assim como os maiores amores.


Caso contrário seremos eternamente prisioneiros de duas simples palavras capazes de desviar nossa vida para caminhos indesejados. Pois a todo tempo detemos a escolha. A decisão está ao nosso alcance. E é essa faculdade de agir positivamente que deve prevalecer perante à hesitação. É preferível o arrependimento pelo ato do que a dúvida pra sempre. Por sorte, ainda temos escolhas a fazer, caminhos a trilhar.

Então corra. Busque. Vá. Tente. Declare-se. Faça. Acredite. Confie. Mande. Beije. Ame.

E se pintar a dúvida, guarde-a para o futuro. Pois é onde elas devem sempre estar. No passado estão as lembranças, no presente estão as atitudes, no futuro, as dúvidas. Mais vale viver com a felicidade pensando como seria sua ausência que refletir sobre o oposto. Portanto, deixe aquele "e se" para as ocasiões em que a vida e a realidade são tão boas que o questionamento surge de forma inversa à do início: - E se eu não fosse tão feliz? E se eu não tivesse buscado por isso?