segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aconteceu...

Bastou um olhar, e pronto. O encanto surgiu acompanhado de um leve comentário com o amigo ao lado, no intento de registrar a admiração pela beleza que ambos haviam contemplado. O local tornou-se secundário, o nobre motivo pelo qual estava ali foi momentaneamente esquecido. De fato, não existe amor à primeira vista. Ainda assim, atração à primeira vista com certeza ocorreu. Não de forma mútua, mas pouco importou nesse momento.

Não se tratava de um baile de gala, churrasco, tampouco de um evento onde pessoas se encontram para paquerar. Não, não era a ocasião perfeita para um encontro. Mas em qual outro local poderia encontrá-la? O cupido por vezes nos prega peças. Ambientes inoportunos são sua especialidade. E quando menos esperamos, quando menos procuramos, dois mundos não tão distintos, entretanto bem distantes, são colocados sob a mesma atmosfera.

Após uma tarde inteira juntos no mesmo local, no entanto separados por tarefas, tendo em harmonia naquele momento, apenas o serviço à Deus, nos despedimos com a habitual frase: Prazer em conhecer. Só não imaginaríamos que o prazer em nos conhecermos estaria realmente presente. Por hora, restou apenas a lembrança.

Nos tempos atuais, somos beneficiados por um grande e rápido meio de comunicação denominado internet. As redes sociais também servem como aproximador de pessoas. É exatamente nesse momento que distâncias são minoradas e amizades longínquas tornam-se vizinhos de 'cliques'. E na mesma proporção da velocidade de informações trocadas, são descobertas afinidades, planos, sonhos, ideais e sentimentos.

Após dias conversando, é como se nos conhecêssemos a anos. O carinho aumenta gradativamente e o desejo de nos encontrarmos era quase uma necessidade física. Em um piscar de olhos, nos interessamos mais por tudo que nos levava a lembrar um ao outro. O dia ganhou mais cor, os bons pensamentos se tornaram mais frequentes, e a curiosidade só não foi maior que a expectativa.

Porém, havia algo diferente nisso tudo. Nada era como das outras vezes. Pois o primeiro contato não foi feito através de olhares e sim de palavras. O desejo antecedeu o beijo. O sonho antecedeu o toque. E assim, fomos nos conhecendo de uma forma distinta. Conhecendo o caráter antes do corpo. Afinal de contas, como todo romântico que se preza, para conquistar é preciso cortejar. Ao bem da verdade, acredito que os relacionamentos, se começassem através de uma boa e verdadeira conversa antes de contatos corporais, teriam mais chances de serem eternos.

Exatamente porque a revelação dos planos, dos princípios, a verdade, se dita antes de relacionar-se acaba por tornar tudo mais limpo. A confiança aumenta, pois antes do encontro traçaram-se os objetivos. E assim, não corremos o risco de sairmos iludidos. Se revelarmos verdadeiramente nossos sonhos e projetos, não cabe a alegação do engano ao final de tudo. Acertar os pontos antes mesmo do beijo, como feito em tempos remotos, nos leva a crer que não sacrificaremos algo que acreditamos por conta de um desejo carnal. Pelo motivo de nos envolvemos primeiro em sentimentos, para depois supor que exista a tal química.

E aquilo pelo qual defendo, pelo qual costumo dar créditos em meus textos, aconteceu. E dessa vez, foi exatamente da maneira que esperava. Fui surpreendido apenas no quesito do tempo, pois não imaginaria que seria nesse momento. Por sorte, estava preparado. Por estar preparado agi maneira que julgo certa. Por ser fiel ao que acredito, encontrei alguém pra dividir meus sonhos. E por encontrar alguém assim, estou sendo feliz.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Beleza é subjetiva, sempre.

Há algum tempo, reflito sobre uma questão que ao bem da verdade, quase a totalidade das pessoas negam. Afinal de contas, o conceito de beleza é pessoal ou é estabelecido por um padrão? Mídia, moda, comércio, estética, marketing, preconceito, todos estão intimamente ligados e dispostos à nossa realidade, como uma salada montada em uma travessa, à espera de ser digerida.

Fatalmente as pessoas acabam mordendo a isca e, o ocorrido acaba por chancelar a influência sobre os padrões de beleza existentes nesse Século da sustentabilidade, onde o importante é sempre a embalagem e jamais o conteúdo. Puro comércio.

Não me interpretem mal, longe de mim desrespeitar opiniões. Procuro apenas tecer a minha. E mais longe ainda ofender mulheres, que são o clímax de todos meus textos. Na verdade, visualizo apenas vítimas nesse enredo, onde o culpado é oculto. As pessoas realmente se deixam levar pelo que veem fixar a mídia. Use essa marca, não tenha cabelo desse modo, seja magra, use essa maquilagem e por esta vereda de imperativos, poderia citar infinitas linhas de padrões.

O próprio significado de beleza o norteia para sua feminilidade: Beleza. 1. Perfeição agradável à vista, e que cativa o espírito. 2. Mulher formosa.Curioso, não? Se pensarmos bem, mulher formosa e beleza são sinônimos. Contudo, equiparar as palavras, acaba por nos confundir mais. Por sorte, recorremos ao primeiro significado. Um mulher formosa é exatamente aquela que agrada nossa vista e cativa nosso espírito! Costumo dizer que meu conceito de beleza abrange vários aspectos, sobretudo femininos. De antemão, alerto que minha óptica é sim influenciada por padrões da sociedade, hipocrisia não é meu terreno. Contudo, procuro visualizar a beleza sobre diversas nuances, pois ela já nasce complexa.

Por tal natureza então, o conceito de beleza o tornará inevitavelmente subjetiva. Pois ela se exprime mais aos olhos de quem vê, dos que a julgam correta ou errônea. Não há possibilidade de censura ao critério do belo, tal ato seria passível de morte. Pois não existe subjeção ao subjetivo. Ela pode existir, coexistir ou nenhum desses, a depender do vidente. Generalizando a beleza, nada restaria aos que não se encaixam em seus quadros.

Mas tornando a afirmar, beleza é aquilo que cativa o espírito. Existem mulheres de belas curvas e traços? Sim, existem. Todavia, o fato dessa beleza existir, jamais anulará outros tipos de beleza e jamais irá referendá-la. Porque padrões são mutáveis. Pra efeito de registro, na época do Renascentismo (séc. XV e XVI), cultuavam-se como belíssimas, as mulheres que hoje são consideradas 'cheinhas' para a sociedade. E como poderíamos conceituar algo que se modifica? A beleza não corresponde a um modelo, e sim a vários modelos. Basta encontrar o seu.

Costumam dizer que o amor é cego. Colocação de infelicidade tamanha. O amor jamais seria cego, pois vislumbra a alma. O amor encontra o espírito e o cativa. O amor transcende modelos, padrões ou métodos. Perfura camadas e atinge justamente o que de mais belo temos - o coração. Tolo é aquele que busca amor baseado em referências. Jamais o encontrará, e viverá perdidamente enganado sobre o que é belo, pois seu conceito rapidamente se transformará, à medida que sua influencialidade se perfaz.

Se você considera alguém belo e ele se encaixa nos padrões de beleza atuais, não há problema algum nisso. A falha reside em considerá-lo belo apenas por se adequar neste modelo. Todos somos influenciados pela sociedade. É algo inevitável. Contudo, o que te diferenciará da massa é exatamente a capacidade discernir sobre o que realmente deve ser analisado e o que deve ser absorvido.

Absorva somente o que é bom, rejeite o preconceito. Considere perspectivas, visualize todos as faces, conclua baseado em suas experiências subjetivas. Porque afinal, beleza é subjetiva. Sempre.


Texto postado, como colaboração, também no blog da Lanier, como já havia dito: http://meiocancaomeiopoesia.blogspot.com/