segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Meu balanço pessoal

A certo fio, todo final de ano caímos em ares de nostalgia rememorando acontecimentos cotidianos ou nem tanto assim, na busca do cotejo entre o que sonhamos e o que realizamos, para renovarmos nossos planos que não se concretizaram e abstrair aquilo que tivemos êxito.
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Tal qual manda o figurino, explanei meus pensamentos debruçados sobre a mesa da racionalidade e projetei o balanço das minhas realizações. De certo, no exato momento em que mais necessitamos relembrar fatos ordenados e bem encadeados para alinhar nosso ano, somos traídos pela própria memória que insiste em trazer à tona, somente a primeira página do jornal de nossa vida.
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Perdido em pensamentos que levam somente a um caminho, quase não consigo enveredar-me por meu passado para analisar êxitos e fracassos, deslises e acertos, que confirmam ou colocam à prova meu caráter, princípios, crenças e sonhos. Remontado aos acontecimentos, tudo o que consigo tangibilizar são questionamentos, perguntas que encontram ou não respostas dentre minha realidade em 2011.
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Consegui fazer tudo o que eu queria? Realizei meus projetos profissionais? Melhorei meu jeito de tratar as pessoas? Fui educado sempre? Fui uma boa pessoa? Tantos questionamentos que se assemelham mais a um exame de consciência do que um balanço pessoal. Mas a derradeira pergunta, que trilhou e norteia meus caminhos de nada trata do meu 'eu'. A razão pela qual empreendi a tarefa de rememorar meus fatos é somente poder visualizar novamente o ápice do meu ano. E felizmente, nessa hora, não busco apenas o meu passado. Busco dois destinos que se encontravam em dois caminhos distintos e que a partir de agora trilham o mesmo norte.
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Por mais que me esforce, não consigo parear minhas conquistas ao presente que recebi em meados do último trimestre desse ano. Porque tudo o que possui o pronome singular deu lugar ao plural. E foi a partir dali, que tudo ganhou mais cor, mas também mais responsabilidade, ganhou mais preocupações, mas também mais felicidade. Passei a ver meu futuro não apenas com os olhos. No meu futuro agora caminha junto ao sonhos, meu coração.
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Em um piscar de olhos, em pouquíssimo tempo, fui capaz de reavaliar algumas prioridades, traçar novas metas. Ou seria antigas metas? Ao bem da verdade, as metas nunca mudaram, mudou somente o prazo para alcançá-las. Tudo agora é mais rápido, porque minha vida está mais veloz. Porque agora não penso sozinho, portanto não pode minha vontade prevalecer em tudo, ceder é o verbo que pouco a pouco vou aprendendo a conjugar.
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Revejo meus planos, reinverto as prioridades e compatibilizo com minha realidade. Porque por mais que vc tente ser dono do seu destino, ele nunca te pertencerá. A providência de Deus sempre recai sobre nós e não há um modo de evitá-la. Então, não trace projetos imutáveis e absolutos. Trace projetos adaptáveis, que possam sempre ser otimizados, pois quando você menos esperar, terá que dividí-los ao meio para compartilhar de outros sonhos.
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Então, como resultado final do meu ano, considero que meu ano não poderia ser melhor. Errei quando ainda podia errar, acertei quando pude acertar, e pensando bem, não há erros que não consiga corrigí-los no próximo ano. Porque sempre podemos viver melhor que no passado. Afinal de contas, sonhar, não é nada mais que planejar o futuro.
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Por isso, nunca diga que seu melhor ano, dia, ou mês foi aquele que passou. Porque assim você nunca terá oportunidade de ser mais feliz do que é. Não tente entender seu futuro, seus olhos não são iguais aos D'Ele. Basta então ter a certeza de que os projetos que Ele tem para nós são infinitamente melhores do que os nossos próprios. Só não entendemos ainda porque não existe a possibilidade de entender o futuro no tempo presente.
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E finalizo com um trecho da música do ilustre Tom Jobim, Wave:
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Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho...
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Desejo um ótimo restinho de ano e um ano novo cada dia melhor...