terça-feira, 4 de outubro de 2011

Beleza é subjetiva, sempre.

Há algum tempo, reflito sobre uma questão que ao bem da verdade, quase a totalidade das pessoas negam. Afinal de contas, o conceito de beleza é pessoal ou é estabelecido por um padrão? Mídia, moda, comércio, estética, marketing, preconceito, todos estão intimamente ligados e dispostos à nossa realidade, como uma salada montada em uma travessa, à espera de ser digerida.

Fatalmente as pessoas acabam mordendo a isca e, o ocorrido acaba por chancelar a influência sobre os padrões de beleza existentes nesse Século da sustentabilidade, onde o importante é sempre a embalagem e jamais o conteúdo. Puro comércio.

Não me interpretem mal, longe de mim desrespeitar opiniões. Procuro apenas tecer a minha. E mais longe ainda ofender mulheres, que são o clímax de todos meus textos. Na verdade, visualizo apenas vítimas nesse enredo, onde o culpado é oculto. As pessoas realmente se deixam levar pelo que veem fixar a mídia. Use essa marca, não tenha cabelo desse modo, seja magra, use essa maquilagem e por esta vereda de imperativos, poderia citar infinitas linhas de padrões.

O próprio significado de beleza o norteia para sua feminilidade: Beleza. 1. Perfeição agradável à vista, e que cativa o espírito. 2. Mulher formosa.Curioso, não? Se pensarmos bem, mulher formosa e beleza são sinônimos. Contudo, equiparar as palavras, acaba por nos confundir mais. Por sorte, recorremos ao primeiro significado. Um mulher formosa é exatamente aquela que agrada nossa vista e cativa nosso espírito! Costumo dizer que meu conceito de beleza abrange vários aspectos, sobretudo femininos. De antemão, alerto que minha óptica é sim influenciada por padrões da sociedade, hipocrisia não é meu terreno. Contudo, procuro visualizar a beleza sobre diversas nuances, pois ela já nasce complexa.

Por tal natureza então, o conceito de beleza o tornará inevitavelmente subjetiva. Pois ela se exprime mais aos olhos de quem vê, dos que a julgam correta ou errônea. Não há possibilidade de censura ao critério do belo, tal ato seria passível de morte. Pois não existe subjeção ao subjetivo. Ela pode existir, coexistir ou nenhum desses, a depender do vidente. Generalizando a beleza, nada restaria aos que não se encaixam em seus quadros.

Mas tornando a afirmar, beleza é aquilo que cativa o espírito. Existem mulheres de belas curvas e traços? Sim, existem. Todavia, o fato dessa beleza existir, jamais anulará outros tipos de beleza e jamais irá referendá-la. Porque padrões são mutáveis. Pra efeito de registro, na época do Renascentismo (séc. XV e XVI), cultuavam-se como belíssimas, as mulheres que hoje são consideradas 'cheinhas' para a sociedade. E como poderíamos conceituar algo que se modifica? A beleza não corresponde a um modelo, e sim a vários modelos. Basta encontrar o seu.

Costumam dizer que o amor é cego. Colocação de infelicidade tamanha. O amor jamais seria cego, pois vislumbra a alma. O amor encontra o espírito e o cativa. O amor transcende modelos, padrões ou métodos. Perfura camadas e atinge justamente o que de mais belo temos - o coração. Tolo é aquele que busca amor baseado em referências. Jamais o encontrará, e viverá perdidamente enganado sobre o que é belo, pois seu conceito rapidamente se transformará, à medida que sua influencialidade se perfaz.

Se você considera alguém belo e ele se encaixa nos padrões de beleza atuais, não há problema algum nisso. A falha reside em considerá-lo belo apenas por se adequar neste modelo. Todos somos influenciados pela sociedade. É algo inevitável. Contudo, o que te diferenciará da massa é exatamente a capacidade discernir sobre o que realmente deve ser analisado e o que deve ser absorvido.

Absorva somente o que é bom, rejeite o preconceito. Considere perspectivas, visualize todos as faces, conclua baseado em suas experiências subjetivas. Porque afinal, beleza é subjetiva. Sempre.


Texto postado, como colaboração, também no blog da Lanier, como já havia dito: http://meiocancaomeiopoesia.blogspot.com/


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